Desmoronamento de lixão contamina rios em Goiás e expõe riscos semelhantes em 2 mil municípios

  • 09/07/2025
(Foto: Reprodução)
No dia 18 de junho, o lixão Ouro Verde, no município de Padre Bernardo, colapsou, levando para o córrego o equivalente a 16 piscinas olímpicas em resíduos. Desmoronamento de lixão em Goiás expõe riscos semelhantes em 2 mil municípios O desmoronamento de um lixão em Goiás contaminou dois rios e expôs novamente os perigos desses depósitos que continuam funcionando em mais de 2,2 mil municípios brasileiros. Os tanques de criação de peixes do produtor rural Jeorge Maurício Vidal Lima só não secaram porque caminhões-pipa estão abastecendo as propriedades. A água vinha do Rio do Sal, que, agora, está contaminada por chorume. "Era água transparente. Limpinha, limpinha. A gente bebia, banhava. Aí agora, depois desse acidente aí, a gente não pode banhar, não pode nada. Não pode usar a água”, conta Jeorge. O produtor rural José Lúcio Sales Coelho ainda não sabe quando vai poder usar a água do rio: "O meio ambiente falou que essa despoluição pode levar anos, que são metais pesados, que não é só matéria orgânica”. No dia 18 de junho, o lixão Ouro Verde, no município de Padre Bernardo, colapsou, levando para o córrego uma quantidade de resíduos equivalente a 16 piscinas olímpicas. A Secretaria de Meio Ambiente de Goiás proibiu o uso da água de três mananciais que atendem comunidades rurais. A contaminação já chegou ao Rio Maranhão, a mais de 50 km do local do desastre. Todo o lixo que se acumulou dentro do córrego Santa Bárbara precisa ser retirado. A Secretaria de Meio Ambiente estima que serão necessárias mais de 4 mil viagens. E como é impossível subir o morro com os caminhões carregados, a secretaria e a prefeitura estão abrindo uma nova estrada. A água está sendo bombeada até o outro lado do córrego para não continuar em contato com o lixo. O lixão pertence à companhia Ouro Verde e foi construído numa área de preservação ambiental. O Ministério Público tentou impedir a operação, mas a Justiça Federal autorizou o funcionamento. Depois do desastre, a Justiça mandou fechar o lixão e a Secretaria multou a empresa em R$37,5 milhões. A Ouro Verde afirmou que tem trabalhado para retirar o chorume e está comprometida com a recuperação ambiental da área. "A empresa tem envolvido sócios no sentido de fazer o cadastro das pessoas afetadas para que a empresa possa, então, fazer os reparos e a adequação necessária", disse a advogada do grupo Ouro Verde, Ana Carolina Malafaia. A Política Nacional de Resíduos Sólidos previa que, até 2024, todos os lixões a céu aberto fossem extintos no Brasil, mas o secretário nacional de Meio Ambiente, Adalberto Maluf, admite que ainda há 2.200 lixões — a maioria em municípios pequenos. "O nosso objetivo nesse programa é dar assistência técnica para esses municípios pequenos, que não têm capacidade técnicas do ponto de vista de fazer o projeto, de mobilizar a sociedade, regular os grandes geradores, fazer o plano para redução dos orgânicos. Então essa prática de gestão inadequada, de coletar o resíduo e jogar no lixão, agravem muito a questão climática", afirma o secretário. Desmoronamento de lixão em Goiás expõe riscos semelhantes em 2 mil municípios Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM Empresa responsável por lixão que desabou e contaminou rio é multada em R$ 37,5 milhões Lixões ainda são o principal destino dos resíduos sólidos no Brasil Lixões persistem e coleta seletiva ainda não é universal: IBGE revela como o Brasil lida com os resíduos

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/07/08/desmoronamento-de-lixao-contamina-rios-em-goias-e-expoe-riscos-semelhantes-em-2-mil-municipios.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Anunciantes